Instagram lança plataforma de vídeo para brigar com YouTube

YouTube que se cuide. O Instagram anunciou nesta quarta-feira (20/06) sua própria plataforma de vídeo, a IGTV. O anúncio foi feito em um evento em São Francisco, na Califórnia, e transmitido ao vivo para a imprensa em São Paulo.

Disponível em aplicativo independente e dentro do próprio Instagram, o recurso permite que qualquer usuário faça vídeos de até uma hora de duração. 



Hoje, os vídeos publicados no Instagram têm, no máximo, 1 minuto. No Stories, o limite é de 15 segundos.


“É hora de dar o próximo passo na área de vídeos”, diz Kevin Systrom, presidente do Instagram. O IGTV será, segundo o executivo, “uma forma de ver vídeos longos e verticais produzidos pelos criadores que você ama”. A ferramenta foi pensada para vídeos filmados na vertical.

É preciso atualizar o Instagram no seu smartphone para que o ícone do IGTV apareça no canto superior direito do app. Nos próximos dias, o aplicativo independente do IGTV estará disponível para Android e iPhone.

A fim de oferecer uma experiência mais intuitiva, o Instagram não exigirá do usuário nenhum esforço para visualizar os vídeos no IGTV. Ao abrir o aplicativo (ou o recurso embutido no Instagram), um vídeo já começará a rodar imediatamente. O usuário seguirá quem quiser, mas o Instagram também fará sugestões.

A empresa anunciou também que bateu o número de 1 bilhão de usuários no mundo. Em setembro de 2017, eram 800 milhões. O Brasil é o segundo país com maior audiência na rede — 50 milhões de usuários.

O recurso vem para reforçar a atuação da rede no mercado de vídeos. Uma pesquisa recente revelou que o aplicativo social preferido dos adolescentes é o YouTube, plataforma do Google para vídeos — 85% dos entrevistados disseram que assistem a vídeos por lá. Em seguida, vem o Instagram, rede social preferida de 72% dos adolescentes.

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No momento, não há anúncios no IGTV. Mas, à imprensa americana, Systrom afirmou que trata-se "obviamente de um lugar razoável (para colocar anúncios)". A publicidade, segundo ele, seria uma forma de os criadores (como são chamados os youtubers do Instagram, que vivem da rede social) manterem a sustentabilidade de seus negócios.

A exemplo do YouTube, o IGTV vai permitir a criação de canais que poderão ser seguidos pelos usuários. Será possível, também, adicionar links nos vídeos, o que significa poder direcionar tráfego a outros lugares — útil para influenciadores patrocinados, marcas e usuários que queiram promover alguma página na internet.

Questionado sobre a possibilidade de a IGTV entrar na briga das grandes produções de conteúdo audiovisual feitas por empresas de tecnologia (como Netflix, Amazon e Apple), o brasileiro Mike Krieger, diretor de tecnologia e cofundador do Instagram, disse que não há planos nesse sentido. O executivo conversou com jornalistas no Brasil por videoconferência. Segundo ele, haverá, sim, conteúdos mais elaborados, mas todos de autoria dos próprios usuários.

O mercado já esperava que o Instagram fosse anunciar a criação de sua própria "televisão". O consumo de vídeos online tem explodido. Em 2021, eles vão responder por 78% de todo o tráfego de dados gerado em plataformas móveis, segundo pesquisa da Cisco.

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