Seriado mostra igreja evangélica onde Satanás era adorado

A minissérie True Detectives, produzida pela HBO, em poucas semanas se tornou um dos maiores sucessos de crítica do canal a cabo mais influente do mundo. Protagonizada por dois atores renomados: Woody Harrelsom e Matthew McConaughey (ganhador do Oscar deste ano), seus oito capítulos mostram a investigação de vários crimes cheios de referências ao oculto.

Na semana em que foi ao ar seu último capítulo, o conceituado site Daily Beast publicou uma extensa matéria que causou choque entre muitos evangélicos. Segundo o site, um dos mais visitados dos EUA, a narrativa não é totalmente ficcional.

Assim como no seriado, uma comunidade evangélica da Louisiana, estado sulista e muito religioso, foi abalada anos atrás por uma série de crimes que envolvem sinais claros de um ritual satânico.

O Daily Beast faz um paralelo com acontecidos verídicos que foram revelados em 2005 na pequena cidade de Ponchatoula. A Igreja Hosana era uma das mais influentes da região até que um escândalo envolvendo o abuso sexual de crianças e sacrifício de animais acabou na derrocada daquela ministério.

No seriado, um grupo formado por pessoas influentes na sociedade, incluindo policiais, políticos e líderes de uma denominação, realizam rituais cheios de simbologia e segredos. Pessoas são mortas em circunstâncias diversas e a polícia não consegue chegar ao serial killer, que anos depois volta a atacar na região. O único elemento em comum são os símbolos satânicos.

O criador da série, Nic Pizzolatto, é natural da Louisia e disse recentemente à revista Entertainment Weekly que os telespectadores de seu programa podiam se surpreender se procurassem na internet pelos termos “satanismo”, “pré-escola” e “Louisiana”.

De fato, em maio de 2005, o xerife Daniel Edwards revelou ao jornal Baton Rouge Advocate que os membros da “seita de Ponchatoula” haviam confessado abusar sexualmente de crianças e animais e que realizaram tais práticas durante anos como parte de um ritual de adoração ao diabo.

O principal acusado e mentor da seita era o pastor da Igreja Hosana na época, Louis David Lamonica. Três anos depois de confessar, ele foi julgado e condenado por quatro crimes, que incluíam o estupro de seus próprios filhos quando eles tinham cerca de 11 anos de idade.

Nos registros do julgamento, Lamonica relata que a seita começou em 2000, quando uma menina foi colocada sobre um pentagrama desenhado no chão e sobre ela foi derramado sangue de um gato que fora sacrificado no local. “Desde então, paramos de adorar a Deus e passamos a adorar a Satanás”, desabafou o pastor. Narrou ainda que as atividades cristãs da Hosanna continuaram ocorrendo normalmente enquanto ele e outros líderes faziam rituais satânicos regularmente na sala do ministério jovem por quase 5 anos.

Igreja Hosanna

Diversos homens e mulheres de dentro e de fora da igreja começaram a participar, mas não há provas que sacrifícios humanos foram realizados, apenas de animais.

A Igreja Hosanna acabou fechando depois do escândalo. Ao todo sete pessoas foram formalmente acusadas no caso. O pastor foi condenado à prisão perpétua.

O sucesso do seriado acabou gerando entre segmentos evangélicos um debate acalorado. Enquanto parte do público acredita que é apenas ficção e que não poderia ser levado a sério, há aqueles que se mostram chocados com essa possibilidade, ainda mais agora que provou-se não ser completa ficção. Existem grupos que estão usando a repercussão para alertar sobre “falsos profetas” no meio das igrejas e criticar aquelas que permitem que seus líderes façam parte de grupos como a maçonaria, conhecida por seus rituais secretos.

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