Ex-Jogador Roberto Brum abandona o futebol, vira pastor e funda igreja em Niterói




A palavra do Senhor arrebanhou uma "ovelha" no mundo do futebol há 12 anos. Das boates, bebedeiras e saídas com mulheres, o volante Roberto Brum passou a ser um homem centrado e seguindo os princípios de Deus. Com apenas 33 anos, ele pendurou as chuteiras e assumiu o púlpito da "Igreja de Deus, o Senhor está Aqui", fundada por ele em agosto deste ano, em Niterói. De boleiro a pastor, o jogador passou por provações e aceitou o chamado para a nova vida.

No tranquilo condomínio do bairro de Camboinhas, com seu traje esporte chique e uma bíblia na mão, o ex-jogador começa o culto lendo um versículo do Livro Sagrado. Aumentando o tom da voz em alguns momentos, gesticulando muito, cantando fervorosamente e tecendo palavras de conforto, além de sempre gritar "aleluia", ele prega dois dias na semana — quartas e domingos — ao lado da mulher Roberta, também pastora.

— Recebi o chamado há dois anos, mas não me achava preparado, apesar das pessoas me tratarem assim. Há seis meses, recebi outro chamado e revelações, e vi que era minha hora — conta o ex-atleta, que foi ordenado pastor no dia 7 de julho, data do seu aniversário

O ex-volante, que jogou no Fluminense e Santos, comanda os cultos na quartas e domingos na igreja criada por ele em Niterói Foto: Nina Lima / Extra

Igreja sem regras

No futebol, ele passou por clubes como o Fluminense, Coritiba, Santos e o São Gonçalo, seu último time, onde foi técnico por um jogo. Em 2001, foi pego no doping pelo uso da substância clostebol. Na época, com 23 anos, o atleta alegou que usou uma pomada cicatrizante na coxa, indicada pela mulher.

Jovem e com dinheiro, ele vivia nas baladas, traía a mulher e bebia muita cerveja. Só mudou de vida de quando se converteu. Hoje, sobe toda semana em um monte de Várzea das Moças, no município, para orar e agradecer.

— Não era dá pá virada, mas cheguei perto e minha carreira não deslanchava. Aceitei Jesus e virei um marido fiel, sem vida dupla e valorizei meus filhos (Brenda tem 12 anos e Robert 6). Jesus me trouxe isso de volta e não me arrependo. Me tornei uma pessoa melhor — diz.

Se em campo era um volante marcador, na igreja é um pastor liberal. Não há proibições com relação a roupas, maquiagem das mulheres e corte de cabelo, pessoas ou qualquer outra regra. Ele mesmo não gosta de usar terno e gravata.

— Deus não faz distinção de ninguém pelo que veste. Nós também não — fala.

No esporte, fez amigos, cultos em concentrações e na sua casa e ajudou companheiros a encontrar o caminho de Deus. Enquanto esteve no Peixe, Neymar e Ganso eram frequentadores assíduos.

— Eles sempre apareceram nos cultos. E o Rafael também. Inclusive, eu e um pastor meu amigo o batizamos em um rio de Cubatão (SP) — conta.

Fonte:Extra

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