Lutador Victor Belfort volta se consagrar no ringue após vitória

Há dez anos ele não lutava no Brasil. Em sua última batalha no ringue, Victor Belfort perdera para o também brasileiro Anderson Silva. Mas quem é campeão sempre dá a volta por cima, e foi exatamente isso que o lutador evangélico fez no último sábado já madrugando domingo, ao vencer o norte americano Anthony Johnson, com direto a invasão da esposa Joana Prado na hora da comemoração.
Após a luta, Belfort correu para a coletiva de imprensa e relembrou o drama que o acompanha: o sequestro e desaparecimento de sua irmã. O episódio foi o motivo da conversão do atleta. Antes do combate, quando os lutadores expõe seus patrocinadores, Vitor mostrou também um cartaz com a foto de sua irmã, Priscilla, desaparecida desde 2004. Figuravam também imagens de outras pessoas sumidas e o número do Disque-Denúncia. Questionado sobre isso, ele não conseguiu segurar as lágrimas.

Victor Belfort aplica o golpe da vitória contra Anthony Johnson
“A questão dos desaparecidos é uma morte diária para quem vive isso. Quando um filho perde uma mãe, ele é órfão. Mas quando uma mãe ou um pai perdem um filho, não existe palavra para dizer o que significa essa dor... Então, acho que ter solidariedade é muito importante, temos de ligar no Disque-Denúncia e fazer nossa parte”, afirmou o lutador.

Entre os presentes na coletiva estavam sua mulher, Joana Prado, e sua mãe, Jovita. Ambas choraram com a fala do ex-campeão dos meio-pesados do UFC, que foi aplaudido - José Aldo, ao seu lado, puxou a homenagem.

Além deste fato fundamental em sua jornada, Vitor retomou dentro do octógono um pouco de sua origem no mundo das lutas: o jiu-jítsu. Apesar de ser um grande especialista na arte suave, o carioca não finalizava um oponente desde 2001, no Pride, com um mata-leão sobre Bobby Southworth. O triunfo sobre Johnson veio com com o mesmo golpe no primeiro assalto, o que forçou o rival a bater.

“Eu vim decidido a entrar para uma batalha. Eu queria trazer o meu melhor, ser testado, e consegui provar isso. Sabia que ia nocautear ou finalizar. Foi uma noite maravilhosa”, analisou o veterano, que criticou os problemas com o peso do norte-americano, que colocaram a luta em risco.

“Mesmo com a polêmica do peso, eu nunca deixaria o UFC sem uma luta. Mesmo se tivesse de enfrentar um cara de 110 kg, eu lutaria. Seria uma lembrança dos velhos tempos de UFC”, disse o brasileiro, que no início de sua trajetória lutava sem categorias, contra rivais muito maiores.

Vitor tem agenda cheia para o restante do semestre. O primeiro evento é o reality show do The Ultimate Fighter, que estreia sua edição brasileira em março. Ele será um dos técnicos e, o segundo compromisso resulta disso. O treinador rival vai ser Wanderlei Silva, que ao final do programa ganhará uma revanche da derrota para Belfort em 1998.

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